quarta-feira, 11 de abril de 2012

Fumante do 18º

Ele se encontrava sobre a estreita marquise do 18º andar. Tinha pulado ali afim de limpar pelo lado externo as vidraças das salas vazias do conjunto 1801/5, a serem ocupadas em breve por uma firma de engenharia. Ele era um empregado recém-contratado da Panamericana - Serviços Gerais. O fato de haver se sentado à beira da marquise,  com as pernas balançando no espaço, se devera simplesmente a uma pausa para fumar a metade de cigarro que trouxera no bolso. Ele não queria dispersar este prazer misturando com trabalho.
Quando viu o ajuntamento de pessoas lá embaixo, apontando mais ou menos em sua direção, não lhe passou pela cabeça que pudesse ser ele o centro das atenções. Como estava tão distraído com seu cigarro não havia pensado nisso, quando acabou com o cigarro voltou ao trabalho, porém não conseguia trabalhar direito com uma multidão de platéia. Sem entender e nervoso gritou perguntando o que eles estavam esperando.
Com isso a multidão começou a se alvoroçar quando saiu um homem de dentro da multidão perguntando se o trabalhador não estava prestes a cair. O funcionário falou para todo mundo o que havia se passado e todos foram embora, exceto um homenzinho (o chefe do funcionário) que disse ao funcionário: depois do expediente teremos uma conversa séria sobre você usar a pausa que você tem para fumar. No final o homenzinho só pediu para que só fumasse ao acabar o expediente, e explicou que a pausa era para descansar, e não para fumar.

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